Brigadeiros que significam "Obrigado!"
Há exactamente um ano mudei de emprego. Trabalhei no mesmo sítio e com as mesmas pessoas durante sete anos e meio e mudar foi um processo muito mais difícil do que alguma vez pude antecipar. Já tinha mudado antes de emprego mas nunca tinha trabalhado num sítio durante tanto tempo nem criado laços tão fortes. Tomar a decisão de mudar foi talvez a parte mais difícil. Dizê-lo aos que ficaram também me custou muito, sobretudo à minha equipa. As saudades que senti, em particular nos primeiros tempos, foram também muito complicadas de superar. Mas o que mexeu mais comigo foi, já no novo emprego, perceber aquilo que eu não sabia fazer, perceber as minhas limitações e ter que ultrapassá-las. Quando trabalhamos num sítio durante tanto tempo e a desempenhar as mesmas funções, há processos que se cristalizam e, de algum modo, perdemos alguma capacidade de adaptação. Ter que sair dessa zona de conforto, ter medo de não estar à altura é algo que abala profundamente as nossas fundações. Por isso, se eu disser que os primeiros meses foram fáceis estou a mentir. Não foram nada fáceis.
Mas, passado um ano, posso dizer que consegui. Adaptei-me bem, conquistei o meu lugar, trouxe o meu cunho pessoal à forma como fazemos o nosso trabalho e, acima de tudo, aprendi muitas coisas novas. Espero ter ensinado outras. Mas há outra parte fundamental: neste ano fiz novos amigos. Um mau ambiente de trabalho é algo não consigo tolerar. Preciso de me sentir bem com os que me rodeiam para ser produtiva e tenho a convicção de que um ambiente de cooperação traz muito mais benefícios do que um ambiente de competição selvagem, seja no trabalho, seja na generalidade das situações da vida. Por isso, não me consigo imaginar a passar oito ou nove horas do meu dia, cinco dias por semana, num ambiente hostil. O que tenho - aliás, o que tive nos últimos onze anos em quase todos os sítios onde trabalhei - é um emprego onde me sinto bem com os meus colegas, onde posso debater ideias, onde sinto que posso confiar nas pessoas. Não será assim com todos, mas é assim com a grande maioria.
Foram pequenas coisas que fizeram toda a diferença. Os sorrisos simpáticos nos primeiros dias; o cuidado para que não almoçasse sozinha demasiadas vezes; as perguntas sobre se estava a gostar; o interesse revelado em conhecer-me um pouco melhor; a disponibilidade em ajudar-me... enfim, fizeram-me sentir em casa. Talvez seja estranho para muitos o conceito de "sentir-se em casa" no local de trabalho. Eu acho que é algo de fundamental.
Foram pequenas coisas que fizeram toda a diferença. Os sorrisos simpáticos nos primeiros dias; o cuidado para que não almoçasse sozinha demasiadas vezes; as perguntas sobre se estava a gostar; o interesse revelado em conhecer-me um pouco melhor; a disponibilidade em ajudar-me... enfim, fizeram-me sentir em casa. Talvez seja estranho para muitos o conceito de "sentir-se em casa" no local de trabalho. Eu acho que é algo de fundamental.
Posto isto, digo sem qualquer sombra de dúvida que tenho muita sorte. Sorte por gostar do que faço; sorte por estar sempre a aprender, por poder aplicar todos os dias o conhecimento que tenho vindo a adquirir ao logo dos anos na universidade e na minha vida profissional; sorte por estar rodeada por pessoas impecáveis que me ajudaram a ultrapassar as dificuldades do último ano, que me ensinaram muito e que tão bem me acolheram. Pessoas que me ajudaram a pertencer. A melhor forma de agradecer é tentar retribuir na mesma moeda. É isso que procuro fazer no meu dia-a-dia, da melhor forma que sei. Por isso, exclusivamente com esse propósito, fiz ontem uns brigadeiros para sinalizar o dia de hoje. Uns brigadeiros que querem dizer "Obrigado". Um obrigado sincero.
Já não os fazia há algum tempo, mas a receita é extremamente fácil e rápida, mesmo boa para um dia de semana. É só cozinhar em lume brando uma lata de leite condensado, cinquenta gramas de chocolate e vinte e cinco gramas de manteiga, mexer sempre até engrossar, deixar arrefecer, pôr no frigorífico durante algum tempo. A parte mais trabalhosa é moldar as bolinhas, mas experimentei fazê-lo com duas colheres e funcionou às mil maravilhas. E acho que eles gostaram. Assim espero, pelo menos.
Eu é que agradeço do fundo do meu coração...Passou um ano desde a tua chegada e conquistaste o teu espaço e o lugar de minha grande companheira de trabalhos, de confidências e conquistas... Obrigada pelos teus conselhos, pela tua paciência e a tua dedicação sem limites... Obrigada pela tua confiança e a tua audancia em querer de arriscar. Foi um ano que passou... Espero que passem muitos mais junto da tua companhia pois quero continuar apreender um pouco todos os dias ... Bjs C.:)
ResponderEliminarEu gostei muito muito muito do agradecimento :) E obrigada por me teres inspirado a correr atrás das coisas que gosto. Bjos. Sofia
ResponderEliminarFalta aqui a foto em que eu já tinha trincado o teu delicioso presente. Não quero ser lamechas mas emocionou-me o teu texto. Obrigada, obrigada pelo presente de estares presente no meu (presente).
ResponderEliminarAlexandra