Um pouco mais de São Paulo
Se ontem vos mostrei algo que não tem a ver com a ideia que tinha de São Paulo, hoje mostro-vos aquilo a que nos habituámos a ver na televisão quando por lá passam imagens da cidade: a Avenida Paulista. Dizia-me jocosamente o motorista do táxi que me conduziu até lá, "a Paulista é como um casamento: começa no Paraíso e termina na Consolação", numa referência ao nome das ruas nos seus extremos. Pela minha parte, fiz o percurso a partir da Consolação, desci a avenida pelo lado direito e voltei a subi-la pela esquerda até ao Museu de Arte de São Paulo (MASP), que ficou por visitar desta vez.
É uma avenida ampla, segura, com prédios muito altos de ambos os lados, cujo tamanho é engrandecido por inúmeras antenas rádio-difusoras (acho que é isso que são). Mas o melhor mesmo é ver...
Cada vez menos gosto de cidades que se expandiram na vertical. É interessante olhar para cima e sentir-me pequenina, sob um céu que parece fechar-se, mas com o passar do tempo vou dando cada vez mais valor a cidades com prédios baixos, com coerência arquirectónica, mais ao estilo do que vemos no norte da Europa.
Ainda assim, é bom quando há surpresas no meio do betão e do vidro: desta feita, um belo e frondoso jardim. Este é o Parque Trianon, ou Tenente Siqueira Campos, e é um pequeno bosque de árvores autóctones no meio da avenida. Muito bonito.
Ainda assim, é bom quando há surpresas no meio do betão e do vidro: desta feita, um belo e frondoso jardim. Este é o Parque Trianon, ou Tenente Siqueira Campos, e é um pequeno bosque de árvores autóctones no meio da avenida. Muito bonito.
Do outro lado da rua está o MASP, que apesar de precisar de algumas obras de manutenção, não deixa de impressionar por ser um edifício em suspensão. Lá por baixo, realiza-se ao Domingo a feira de antiguidades.
Apaixonei-me por um alambique antigo e por estas máquinas fotográficas, que também chamaram a minha atenção. Nada que não se encontre em Portugal, mas ainda assim não deixam de me fazer esboçar alguns sorrisos...
Da Paulista fui para o Mercado Municipal, que não poderia perder. Um mercado é sempre das coisas que mais gosto de ver numa cidade e este é maravilhoso. O espaço em si é espectacular, com um pé direito altíssimo, vitrais nas janelas, colunas trabalhadas e um conjunto ordenado de lojinhas, das quais se tem uma visão magnífica a partir do mezzanine que forma o primeiro andar.
Lá em cima há vários restaurantes e a fome começava já a apertar a essa hora. Tinham-me recomendado a sanduiche de mortadela e o bolo de bacalhau. Custou-me um pouco escolher, mas acabei por decidir pela Sanduiche Mercadão. É saborosa, mas demasiado pesada para o meu gosto.
Depois de almoço, passei para a minha parte favorita do dia: visitar as lojinhas do mercado. Para além dos enchidos (ou embutidos, como se diz por aqui), o azeite e o bacalhau são os produtos mais vendidos. Aliás, vi mais bacalhau do que em qualquer mercado português. E o azeite, para além das habituais garrafas, é vendido em latas, algumas lindíssimas. Pena ser tão mais caro que em Portugal, senão tinha comprado umas quantas...
No mercado, para além da carne, peixe e fruta, vende-se também frutos secos, compotas, chocolates, doces típicos - ou não -, azeitonas, todo o tipo de conservas, sementes, ervas aromáticas, chás... tudo com uma apresentação impecável e um aspecto delicioso. Fiquei com vontade de trazer um pouco de tudo, mas fiquei-me pelos produtos mais difíceis de encontrar em Portugal. Mal posso esperar por experimentá-los.
São Paulo está longe de ser uma cidade bonita para se visitar. Mas é, sem dúvida, uma cidade com pontos de visita muito interessantes, que valem realmente a pena. Do que pude ver, o Parque de Ibirapuera que mostrei ontem e o Mercado são sítios a não perder.
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