O Grove ou a desculpa para uma bela mariscada

Dia 4. O céu continuava de um cinzento carregado e o calor que se fazia sentir no quarto de hotel fez-nos ir demasiadamente à fresca para a rua. Ficámos mesmo na zona do porto, onde barcos de pesca, de recreio e de passeio partilhavam um descanso mais ou menos merecido. 


A manhã, que ia já a meio, agitava-se com o movimento dos turistas que se preparavam para um passeio pela Ria de Arousa. As vendedoras de colares de coral e outras bugigangas aguardavam pacientemente por clientes e o avançado da hora calara já o bulício dos pescadores, cujo peixe e marisco esperava por ser vendido nos mercados ou cozinhado nos restaurantes.


O Grove e A Toxa (ou La Toja em castelhano) estão ligados por uma pequena ponte e, atravessada a dita, muda completamente o cenário: dos prédios com restaurantes e marisqueiras, hotéis e hostals, lojas de recuerdos e lojas chinesas passa-se para as urbanizações de veraneio perfeitamente ordenadas, às filas de vivendas luxuosas, aos relvados aparados, aos jardins cuidados; passa-se das vistas de cais, do ambiente de vila costeira para as da estância de veraneio de luxo. Passa-se das crianças de ar descontraído e chinelo no pé para as crianças impecavelmente vestidas à beira de água, a tentar brincar com as algas, mas impedidas de o fazer pelo olhar de uma mãe vigilante e preocupada com a eventual ruína dos sapatos ou dos vestidos ou dos casacos a condizer.


Então e a mariscada? Sim, porque foi ela que nos trouxe a O Grove. Ora cá está...


Tenho a dizer que foi o melhor e mais fresco marisco que já comi. Comemo-lo aqui, mas certamente terá uma qualidade semelhante ao das outras marisquerias que proliferam naquelas ruas. Absolutamente divinal.

Comentários

Mensagens populares