Cheesecake de framboesa

Quando me lembro da primeira vez que tentei fazer cheesecake, não consigo deixar de me rir. Tudo o que havia para correr mal, correu: a massa desfez-se (pouca manteiga), o recheio ficou granulado, mole e com pedaços de gelatina a boiar e o doce ficou horrível (nem me consigo lembrar porquê). Ainda por cima era a minha contribuição para a passagem de ano (talvez de dois mil e quatro ou cinco) e pronto, lá ficámos sem uma das sobremesas da noite. Eu levei-o, mas acho que ninguém o conseguiu comer. Eu pelo menos não consegui...

Depois dessa, fiz outra tentativa, melhor sucedida mas ainda muito imperfeita (base boa, cobertura óptima, "recheio" nem por isso) até que finalmente entendi os dois passos que me estavam a falhar: amolecer o queijo e tratar convenientemente a gelatina, que era algo que eu não sabia fazer. A partir desse momento, o cheesecake passou para a minha lista de receitas rápidas e praticamente infalíveis. E, como tal, perfeita para uma festa de aniversário como a que houve cá em casa no fim-de-semana. E o resultado foi o que se segue... 


 Pretty, huh? Pois é, e fi-lo em cerca de trinta minutos. Como? Passo a explicar. 

Começa-se pela base: bolacha Maria e manteiga. Se se quiser fazer uma base plana, basta um pacote de bolacha (cento e oitenta gramas) para cento e vinte cinco gramas de manteiga. Eu fiz uma base com bordas, então usei duzentas e cinquenta gramas de bolacha para cento e cinquenta de manteiga. A melhor maneira de fazer uma base de bolacha é picar as bolachas e a manteiga na picadora. A minha é pequena, por isso divido o processo em partes. O objectivo é ficar com uma espécie de areia grossa, que depois se molda à medida da tarteira. Neste caso, usa-se uma forma de mola sem o fundo, que se coloca directamente no prato de serviço. É importante calcar bem a massa para o creme de queijo não verter.


Para o creme, amolece-se no micro-ondas uma embalagem de queijo creme, que se bate em seguida com cento e setenta e cinco gramas de açúcar até ficar um creme fofo. Hidrata-se cinco folhas de gelatina num copo que se enche de água fria durante um a dois minutos. Escorre-se a água, espreme-se ligeiramente a gelatina e leva-se ao micro-ondas até derreter (no meu demora quinze a vinte segundos na potência máxima). Junta-se ao creme, bate-se bem e incorpora-se um pacote e meio de natas batidas com vinte e cinco gramas de açúcar. Deita-se na forma e leva-se ao frio durante umas duas horas.


Entretanto, faz-se a cobertura: tão simplesmente um pacote de framboesas congeladas que se leva ao lume com cem gramas de açúcar (convém provar porque estes frutos podem ser ácidos e poderá ser necessário um pouco mais de açúcar). Quando estiverem cozinhados, tritura-se com a varinha, deixa-se arrefecer e, quando o creme de queijo estiver mais sólido, deita-se por cima. Este último passo pode ser feito antes ou depois de desenformar. Com a forma, o aspecto fica mais uniforme, caso esta seja retirada apenas antes de servir. Eu gosto de ver o molho a escorrer, então só o deito depois de desenformar.     


E este é o resultado final. Neste caso, enfeitei com framboesas frescas e um pouco de manjericão, para lhe dar um ar de festa. 

E foi com esta simples receita que ultrapassei o jinx dos cheesecakes.

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