A living room with a view...

Estamos de férias. Umas pequenas férias, para aproveitar o feriado da Páscoa, que estendemos por mais três dias para começar a preparar as coisas para o bebé. Para além disso, fazemos hoje dez anos de casados. E, a somar a tudo, ando mesmo muito cansada... uma barriga de quase seis meses, uma miúda de seis anos, as rotinas e horários apertados do dia-a-dia e um início de ano muito atribulado no trabalho deixam qualquer um esgotado. Perante tantos eventos, para o nosso passeio anual a dois, resolvi escolher algo ainda mais remoto e sossegado do que o costume... uma casa perdida no meio da Albufeira do Caia, no nosso amado Alentejo, construida numa língua de terra de acesso bastante acidentado e com uma sala com uma vista que nos tira a respiração.

Ontem trabalhei apenas até às três da tarde e o A. tirou o dia para podermos aproveitar o resto da tarde para fazer a viagem. Cedo pudemos meter-nos a caminho para chegarmos ainda de dia. Com uma breve paragem em Évora para deixar a Cat na avó, continuámos pela estrada a caminho de Elvas, desviando então para Santa Eulália e enveredando por fim pela estrada de terra batida que atravessa a Herdade da Rocha até chegar à Casa da Ermida de Santa Catarina. Fomos logo bem recebidos pela D. Isabel, que nos mostrou toda a casa e nos revelou que a teriamos por nossa conta nessa noite.  A sala é sem dúvida o ponto central da casa, com a sua enorme lareira permanentemente acesa nos dias frios e parede de vidro que a enche de luz e que nos permitiu assistir a um bonito fim de dia sobre a albufeira.

Sem mais ninguém na casa, passámos um belo serão à lareira a conversar, a ouvir o crepitar da lenha e a sentir o seu calor... que saudades da nossa primeira casa, quando chegava do trabalho, acendia a lareira e deixava as ideias fluir com o poder hipnótico do fogo... foi assim que entrei no sono ontem à noite, num sofá confortável, tapada com uma manta e com a cabeça vazia de problemas e preocupações...


... e hoje acordei cedo como de costume. O sol tinha acabado de nascer. Por qualquer razão que desconheço, a água parece sempre mais espelhada pela manhã, então agasalhei-me (está muito frio por aqui), peguei na máquina e vim para a sala fotografar. Há espectáculos que são imperdíveis e a textura da água ao amanhecer é sem dúvida um deles...


Conforme é habitual nos nossos turismos rurais, o pequeno-almoço é sempre maravilhoso e este não lhe ficou atrás... um enorme jarro de sumo de laranjas acabadas de espremer, pão alentejano, queijos, compotas, bolos regionais... e a imensa simpatia da D. Isabel e do Sr. João, que para além de muito afáveis, são absolutamente incansáveis. Estivemos quase uma hora e meia à mesa, da qual saimos directamente para um pequeno passeio pela herdade para ver a ermida. 


Passeio breve, pois a enorme nuvem que pairava sobre nós rapidamente desabou numa chuva torrencial que logo nos trouxe de volta para o conforto da casa. 



E aqui fomos ficando, a apreciar a vista e a ouvir a chuva e o granizo a cair, a ler os nossos livros e, no meu caso, a escrever também este post... e não consigo imaginar melhor forma de passar este dia...

Comentários

  1. Adorei o passeio, Susana. Aguardo ansiosamente o dia de amanhã.
    Beijinhos e uma noite quentinha ao calor da lareira.
    Beijinhos
    Maria

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  2. Se o tempo deixar, o próximo post será sobre Campo Maior.

    Obrigado :)

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