Rugelach ou os mini-croissants judaicos que desaparecem num instante



O desafio da quinzena do Dorie às Sextas chama-se Rugelach, uns mini-croissants de origem judaica feitos com uma espécie de massa quebrada com um twist americano. Por onde começar? A Dorie diz que são muito fáceis de fazer, mas confesso que tinha as minhas dúvidas. Não sou propriamente dotada para massas e as da Dorie costumam dar-me uma grande, grande enxaqueca. Acresce o facto de não ter processador de alimentos, apesar de a picadora da varinha mágica fazer bem a sua vez para a massa quebrada. Por isso resolvi experimentar usar a picadora para esta massa também. Certo é que em menos de cinco minutos tinha a massa feita e a descansar no frigorífico até ao dia seguinte.

Estava com medo de estendê-la, mas consegui uma espessura milimétrica sem rasgões, sem colar, enfim, sem qualquer stress... e o raio da massa é deliciosa!!! Desfaz-se na boca. Flaky, flaky, flaky... Acho que vou passar a usá-la para tartes e galletes, ninguém merece a tortura da outra massa...


Quanto ao recheio: decidi usar doce de framboesa, chocolate raspado e arandos, para além do açúcar e canela. Não juntei nozes porque já havia muita coisa a acontecer dentro de uns croissaints tão pequenos. Aliás, o único problema que encontrei na receita foi mesmo o recheio sair por fora e acabar por caramelizar demasiado no forno. Não que nos tenha impedido de devorá-los à velocidade da luz, até lhes deu um charme especial...


É que são tão bons quanto fáceis. Cheira-me que estar será uma das receitas que vou repetir e repetir e repetir...

*****

Rugelach

Para a massa
115 gramas de queijo creme frio, cortado em 4 pedaços
115 gramas de manteiga sem sal fria, cortada em quatro pedaços
1 chávena de farinha
1/4 colher de chá de sal

Para o recheio
2/3 de chávena de compota de framboesa ou de alperce ou de laranja (usei de framboesa)
2 colheres de sopa de açúcar
1/2 colher de chá de canela em pó
1/4 chávena de nozes em pedaços (ou pecans ou amêndoas, mas não usei nenhumas)
1/4 chávena de passas húmidas (usei arandos)
115 gramas de chocolate amargo, picado finamente, ou 2/3 de chávena de pepitas de chocolate

Para a cobertura
1 ovo grande
1 colher de chá de água fria
2 colheres de sopa de açúcar

Para a massa
Deixar o queijo creme e a manteiga a descansar no balcão durante dez minutos, de modo a amolecerem ligeiramente mas a continuarem frios. Colocar a farinha e o sal num processador de alimentos, deitar os pedaços do queijo e da manteiga e pulsar entre 6 e 10 vezes. Continuar a misturar os ingredientes, raspando os lados da tigela frequentemente, até a massa ficar misturada em pedaços grandes, mas não deixando formar uma bola. Deitar a massa numa tigela, formar uma bola e dividir ao meio. Dar a forma de um disco a cada metade, embrulhar em papel filme e refrigerar durante duas horas ou até um dia (ou congelar durante 2 meses).

Para o recheio
Aquecer a compota num tacho em lume brando (ou no micro-ondas) até ficar líquido. Misturar o açúcar e a canela numa tigela. Forrar dois tabuleiros com papel vegetal ou tapetes de silicone (a Dorie recomenda os segundos).

Para formar os bolos
Tirar um dos discos de massa do frio. Se estiver demasiado firme, deixar no balcão durante dez minutos ou bater a massa algumas vezes com o rolo. Numa superfície polvilhada de farinha, esticar a massa até formar um círculo entre 28-30 centímetros. Pincelar a massa com uma camada fina de doce, polvilhando o círculo com metade da mistura de açúcar e canela. Cobrir com metade das nozes, metade das passas e metade do chocolate. Cobrir a superfície com papel de cera e pressionar suavemente o recheio sobre a massa. Retirar o papel e guardá-lo para a segunda leva de bolos. Com um cortador de pizza ou uma faca afiada, cortar a massa em 16 triângulos compridos e com a base estreita ( a maneira mais fácil é cortar a massa em quartos e cada quarto em triângulos. Começando na base de cada triângulo, enrolar a massa de modo a que cada bolo pareça um pequeno crescente (como um croissant). Colocar os rolos num tabuleiro, garantindo que as pontas ficam debaixo do bolo, e refrigerar pelo menos durante 30 minutos antes de levar ao forno. Repetir o processo para o segundo disco de massa. Os bolos podem ser refrigerados durante a noite ou congelados até dois meses, não devendo descongelar-se antes de levar ao forno mas sim dar mais alguns minutos de cozedura. Pré-aquecer o forno a 175 graus.

Para a cobertura
Misturar o ovo com a água e pincelar cada bolo com a mistura. Polvilhar com açúcar.

Cozer os bolos entre 20 e 25 minutos, trocando os tabuleiros de baixo para cima a meio da cozedura (caso se use dois tabuleiros). Os bolos deverão estar inchados e dourados. Transferir para uma rede e deixar arrefecer até estarem mornos ou à temperatura ambiente.

Comentários

  1. Mas que bonitinhos, devem ser muito bons...bjokitas

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  2. Ficaram lindos e parecem deliciosos. A minha versão sem glúten não foi tão fácil mas isso já é habitual nas primeiras vezes que "converto" uma receita com farinha de trigo para uma sem glúten ;)

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    1. Já estive a espreitar e deixei-te uma sugestão (que não faço ideia se funcionará): refrigerar o óleo. Obrigada pela visita! Beijinhos!

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  3. Os meus também caramelizaram um pouco, mais até pelo açúcar que polvilhei desajeitadamente pelo tabuleiro todo, mas é como dizes, até ficaram charmosos. E a massa também passou a ser uma das minhas receitas favoritas.
    Beijinhos e bom fim-de-semana

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    1. Pois é Carla, a chatice foi mesmo o chocolate ter queimado um pouco nesta caramelização. Foi o único senão, de resto são magníficos!!! Beijinhos!

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  4. Estão maravilhosos!
    Perfeitos, charmosos e super apetitosos!

    E eu que nunca comi arandos?!

    beijinhos

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    1. Tens que experimentar arandos, Adriana. São ligeiramente ácidos, mesmo na versão seca, pelo que ficam muito bem nos doces. Fazem um belo contraste. Beijinhos!

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  5. Ficaram lindos, Susana e gostei da ideia de usar arandos ( também estive para os usar e talvez numa próxima vez o faça). A massa é tão boa que qualquer recheio deve resultar, não é? Penso que o facto do recheio transbordar é uma das características desses bolinhos, pelo menos pelas imagens que pesquisei na Net.
    Bjn
    Márcia

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    1. Sem dúvida Márcia, faz parte :) mas o chocolate não fica tão bem assim caramelizado... beijinhos!

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  6. Oh Susana, eu acho que esta flaky é das melhores que ja provei! E deixei de ter medo às massas da Dorie!
    E a parte da caramelizaçao, é um encanto que têm os rugelach! Se nao tiverem, ja nao é a mesma coisa!!
    Que mais se pode dizer?? Perfeitos, ne?
    beijinhos,
    Mena.

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  7. Estão tão bonitos e parecem realmente fáceis, Susana, ao contrário de outras receitas da Dorie. Será que ficam bem com chocolate?
    Beijinhos

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