Um creme-caramelo de ir às lágrimas
A minha relação com o caramelo é um pouco bizarra. Há pouca coisa que deteste mais que aquele caramelo líquido dos pudins, super-doce e enjoativo. Mas há pouca coisa que goste mais do que um belo caramelo amargo, quase queimado, daquele que comemos e cujo sabor continua no fundo da boca durante uns bons minutos.
Pois bem, acabei de acrescentar uma nova sobremesa ao meu top. Proposta da Dorie Greenspan, participação no Dorie às Sextas. Fácil de fazer, rápida e absolutamente fabulosa.
Fiz meia receita para não haver muitas culpas. Puxei bem o caramelo até fumegar, pus-lhe umas pedrinhas de sal (inspirada pelos da Mena) e esqueci-me de cobrir o tabuleiro com película, o que ajudou a formar uma crosta mais espessa e seca (que por acaso ficou muito bem).
Não deixei cozer demasiado para ficarem com uma textura de creme e não de pudim e fiz dois nas tacinhas recomendadas e quatro em chávenas de café, para um consumo mais controlado... que se torna difícil, porque o sabor, por ser tão persistente no palato, fica-nos na memória, o que nos leva a querer comer mais e mais. Uma receita para repetir vezes sem conta...
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Caramel pots de crème
"Baking", Dorie Greenspan
1 chávena de leite gordo
3/4 chávena de açúcar
2 ovos grandes
5 gemas de ovos grandes
Centrar uma grade no forno e pré-aquecê-lo a 150º. Forrar um tabuleiro grande e alto com duas camadas de papel de cozinha. Colocar 8 taças de 120 ml no tabuleiro e ferver água numa chaleira.
Misturar as natas com o leite a aquecer no micro-ondas ou num tacho em lume médio. Reservar.
Medir 1/4 de chávena de açúcar e reservar.
Levar a lume médio-alto um tacho de tamanho médio e deitar duas colheres de sopa do restante açúcar. Quando começar a caramelizar, mexer e juntar mais duas colheres de açúcar, continuando a mexer até ficar escuro. Repetir o processo com o restante açúcar, juntando sempre 2 colheres de sopa de cada vez. Quando estiver escuro, da cor do mogno, juntar a mistura das natas com o leite. Cuidado, irá borbulhar e salpicar, mas é normal. Continuar a mexer até ficar suave. Retirar do lume.
Juntar numa taça os ovos, as gemas e o açúcar e bater com uma vara até ficar pálido e engrossar ligeiramente. Sem parar de bater, juntar um pouco do caramelo para aquecer os ovos de modo a não talharem. Continuar a bater e deitar lentamente o resto do caramelo. Retirar a espuma que se forma no cimo o creme e deitá-lo nas taças.
Encher o tabuleiro com água quente até subir a metade das taças. Cobrir o tabuleiro com película aderente, fazer dois furos nas extremidades da película e levar cuidadosamente ao forno.
Cozinhar entre 35 e 40 minutos, até escurecerem ligeiramente e abanarem apenas no centro. Retirar do forno e deixar arrefecer ainda na água durante 10 minutos. Retirar a película, tirar as taças da água e deixar arrefecer completamente.
Nossa, que tudo!!!!! Fiquei salivando só de olhar as fotos!!!! Beijos! =)
ResponderEliminarÉ mesmo!!! Beijo!
EliminarOh Susaninha... Eu não sou de lágrima fácil ( deve ser do frio da Sibéria), mas quando toca as estas coisas doces, ai amiga...
ResponderEliminarTal como tu, nao gosto muito desses caramelos nos pudins e menos se for daquele de compra! Devia estar na prisão quem teve tal ideia. Pessoalmente gosto mais destes caramelos com a nata! Trazem-me à memória toneladas de caramelos que comia quando era pequena, e agora nem os provo.
Provar, provei estes pot's! E bendita a hora que me pûs na cozinha e tal receita já foi repetida duas vezes! (Foi para gastar a outra metade das natas!)
Os meus também ficaram com uma ligeira crosta, mas muito pouca e da segunda, ficaram bem mais escurinhos. E foram impossíveis de resistir né?
Agora vou ali soltar uma lágrima, porque não tenho nem uma tacinha... Nem pequenina!
Beijinhos,
Mena.
Então imagina lá esta tonta que para aqui anda que se gaba de em 37 anos de vida nunca ter feito uma dieta e que, logo neste fim-de-semana dos pots decidiu fazer um programa de 3 dias (obra da minha PT lá no ginásio). Nem imaginas o sacrifício que estou a fazer para não comer o raio dos doces (provei uma das chávenas de café e tenho ali outra reservada só para mim onde quando estou muito aflita vou tirar uma colherzinha), ainda por cima a passar uma fomeca do catano! Por isso sim, os pots levam-me às lágrimas de muitas maneiras :S Beijo!
EliminarOlá Susana! À bocado fui parar ao teu outro blogue " Turista em casa" e perdi a noção do tempo ao passear pelas ruas de Lisboa.
ResponderEliminarGostei tanto das fotos e dos textos, que pena não continuarem com o blogue ...
Mas como além de vadia sou também muito gulosa e também gosto de manualidades fico muito contente por encontrar este teu espaço :)
Olá! Obrigada pelos simpáticos comentários! O Turista é um projecto muito querido e é para continuar (em breve, muito em breve...), mas é algo que consome muito tempo. São várias horas para os passeios, mais outras quantas para seleccionar as fotos (nenhum dos meus passeios resultou em menos de 200 fotos) e mais um bocadinho (ão) para escrever o texto. Este é bem mais simples: cozinho todos os dias - apesar de a maioria dos pratos ser muito simples por causa dos filhotes (causa também da falta de tempo) - e, àparte das dificuldades em fotografar de noite, é bem mais fácil pegar na máquina e tirar umas quantas fotos para ilustrar as receitas. Se reparares, as manualidades pararam mais ou menos na mesma altura que os posts do turista e exactamente pelos mesmos motivos. Um beijinho e volta sempre!
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