Frango à padeira com ervas e limão


Podia começar por contar as razões da minha ausência por tantos anos. Podia. Já tentei fazê-lo anteriormente e acabo por não conseguir terminar, por não publicar, por perder o fio à meada.
Podia fazer promessas de que vou voltar de vez, que irei manter este blogue, que conseguirei navegar na espuma dos dias e ter a disciplina necessária para ecrever, de fotografar, de cozinhar, de criar. Podia. Já tentei fazê-lo anteriormente e sou incapaz de o manter. 

Assim, será um dia de cada vez, um post quando calhar. Talvez volte. Talvez não. 

Hoje estou aqui. É Sábado, pelo menos ainda o é enquanto escrevo. Foi e não foi um bom dia. Foi porque cozinhei, algo que agora faço tão pouco. Fiz pão, que está a fermentar. Sentei-me a tratar das minhas coisas, a (tentar) organizar as minhas fotografias. Ouvi os meus podcasts. Não foi porque estive intratável. Não tive paciência para as duas mil quinhentas e trinta e oito vezes que o Tiago me chamou (mãe, mãe,  mãe, mãe,  mãe,  mãe,  mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe...), não fiz o bolo de limão que havia prometido à Catarina e pouco liguei ao André.

Mas pelo menos fiz sopa. E gelado de morango, o da receita da minha mãe, claro está. 


E fiz um frango à padeira com ervas e limão, uma misturada de receitas meio a olhómetro. Usei algumas das ervas do meu terraço: alecrim, salva, orégãos, tomilho-limão e tomilho.



Triturei as ervas com cinco dentes de alho, manteiga, azeite, sal e sumo de um limão.


Descolei a pele do frango, barrei-o por dentro e por fora com a mistura de ervas. Aproveitei o limão em tiras e usei-o na cavidade central. 


Assei-o por fim a duzentos graus com batatas e cebolas (com um pouco de sal) e, à falta de vinho branco, reguei-o com crémant luxemburguês. 



O Tiago repetiu, coisa tão rara! Por um momento passou-me a má disposição... que logo voltou com os mãe, mãe,  mãe, mãe,  mãe,  mãe,  mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe ditos durante a tarde e o serão.

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